Fugindo um pouco dos assuntos técnicos de Linux que sempre abordo aqui no CooperaTI, hoje vou falar um pouco sobre uma dúvida enviada por um leitor e amigo sobre uma situação que ele encontrou e as dúvidas que teve, e depois de ver nossos Videocasts ele resolver começar a empreender e seguir as dicas minhas e do Rafael.
Segue um resumo da história e as idéias que foram discutidas por email e que vão ajudá-lo nessa empreitada.
Recebi um email dizendo basicamente o seguinte:
Ele trabalha em uma empresa de TI que usa Linux em quase sua totalidade e surgiu a oportunidade de ter um cliente externo também. Esse cliente pretende substituir por Linux a maioria de seus computadores, entre desktops e servidores(Firewall, proxy, impressão, etc). Pois esse cliente tem um gasto muito grande com licenças e a manutenção desses serviços.
As dúvidas dele são:
– como começar uma proposta para esse cliente?
– ir diretamente com as soluções que ele conhece ou primeiro com um valor de X horas para avaliar bem sua estrutura e ver a real situação?
– se ele pode sugerir direto uma solução e cobrar X? e se na hora não for a real necessidade?
A minha resposta para ele foi:
Para fazer uma proposta primeiro você deve conhecer o cliente e suas necessidades, antes de tudo combine com ele uma visita, perca algumas horas com ele vendo seu ambiente, como ele trabalha e o que ele realmente precisa, nessa hora você paga para estar no cliente, ou seja, vai lá e não recebe por isso.
Aí começa o projeto, vai pensar em como montar algo pra ele, seja físico ou software, aí você deve fazer um plano completo de como instalar servidores, desktops, programas e quanto tempo leva para fazer isso por computador e ver quanto vai levar para fazer tudo. Assim você saberá exatamente o que irá ser feito e em quanto tempo você ira gastar.
Comece pensando em valores de desktop por hora e valores de servidores por hora (sim os valores são diferentes), depois veja quanto isso vai custar pro cliente mais as horas de planejamento do projeto e será o valor final da proposta(coloque sempre 20% a mais para possíveis erros de tempo e para o cliente chorar algo do preço(5% ou 10%)).
Quando fizer a proposta seja claro, descreva as coisas mas não dê o plano detalhado não, afinal isso custou tempo e conhecimento pra você, converse com ele (pode ser outra visita, mais rápida é claro), depois mande a proposta que é só a formalização do que ele quer.
Proponha também um valor mensal para manutenção disso, esclarecendo o tempo de atendimento (SLA) e quantas horas por semana (pode ser preventiva em vez de por chamado) você dedicará a ele (não pode ser a semana toda, podem ser 8 horas por semana (4 em um dia e 4 em outro por exemplo)). E depois faça um contrato com ele formalizando isso. Existe possibilidade de não cobrar pelo projeto se o cliente assinar um contrato mensal com você, pois assim não tem o ganho inicial mas mantém um valor mensal fixo para isso e vai fazendo o projeto ao longo de mais tempo.
Se você não tem empresa faça um MEI(Micro Empreendedor Individual), converse com um contador sobre isso, você pode ter até um funcionário e pode emitir(no Rio eu tenho certeza) até R$60.000,00 em nota por ano, ou seja R$5.000,00/mês.
Pode cobrar desse cliente valores (preço sugerido) de R$1600 ou R$2000 mês, que dá algo em torno de R$40,00 ou R$50,00 por hora que você dedica a ele, pensado por valor hora/homem é pouco, mas é seu primeiro cliente, não vai te tomar muito tempo e te dá um ganho razoável para poder pagar as contas (creio eu ;-)) e pegar mais clientes (nem todos serão como esse, não no início, terá alguns que será coisa de R$200 ou R$300 por mês (mas com trabalho menor), mas outros serão melhores) pois você já terá indicações e também mais experiência.
Isso ajudou bastante à ele, segundo as respostas que ele mandou e espero que ajude aos outros leitores também.
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