Módulos são peças que se encaixam para formar algo maior, e no Linux o conceito é o mesmo. Módulos são drivers, programas que adicionam funções e suportes ao Kernel para que ele realize algo que antes não sabia, módulos de rede são para suportar protocolos de rede ou placas, módulos de controladoras nos dão acesso à hardware, etc.
Diferente do Windows, onde geralmente hardwares ou funções específicas precisam que seja instalado um software de driver no sistema, no Linux o módulo (driver), geralmente é parte integrante do Kernel. Temos duas opções quando compilamos um kernel, em relação a ter um determinado suporte à hardware, protocolo ou função, ser embutido no kernel(built-in) ou módulo. Se o suporte for embutido no kernel, aquele suporte estará sempre ativado e disponível pois como é parte integrante do kernel ele estará carregado em memória sempre que o kernel for carregado. Se for como módulo, podemos carregá-lo somente quando formos usar e descarregar quando não quisermos mais, podemos bloquear um módulo a fim de que um serviço não entre no ar, por exemplo.
Lidar com esses módulos é cada vez mais fácil, já que desde o Kernel 2.4 e estamos no 3.3, existe até carregamento automático de módulos, sendo assim ao plugar um hardware, como um modem 3g, ou requisitar um serviço, como iniciar uma VPN, o módulo é carregado automaticamente pelo sistema.
Usando o post publicado no site de nossa colaboradora Caroline Souza (www.carolinux.com.br) sobre como desabilitar módulos, vou mostrar algumas situações em que usar módulos é melhor que built-in e que podemos ter alguns controles de uso de serviços. Segue o post:
Imagine a situação, tenho uma placa de vídeo NVIDIA e quero usar o driver proprietário do site nvidia.com mas o módulo nouveau é carregado automaticamente no boot da máquina.
O que fazer?
Bem, uma solução seria desinstalar o driver nouveau do sistema, mas como gosto de testar de vez em quando as mudanças das novas versões, porque não, apenas desabilitar o módulo.
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#echo 'blacklist nouveau' >> /etc/modprobe.d/blacklist |
Outro exemplo muito comum da aplicação das blacklist é durante a inicialização do módulo pcspkr. Jã configurei sistemas Debian onde no boot o sistema apresentava o seguinte erro:
Error: Driver ‘pcspkr’ is already registered, aborting…
Para solucioná-lo bastou colocar o módulo na blacklist e voilá, beep funcionando e sem mensagens de erro.
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#echo 'blacklist pcspkr' >> /etc/modprobe.d/blacklist |
E por fim, não usa IPv6 e gostaria de desabilitar o módulo?
No OpenSuse me bastou apenas executar:
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#echo 'blacklist ipv6' >> /etc/modprobe.d/blacklist |
Já no Debian “squeeze” tive que fazer diferente, conforme a documentação do http://wiki.debian.org/DebianIPv6 desabilitei o IPv6 assim:
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#echo net.ipv6.conf.all.disable_ipv6=1 > /etc/sysctl.d/disableipv6.conf |
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#echo 'blacklist usb-storage' >> /etc/modprobe.d/blacklist |
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# echo 'blacklist usbserial' >> /etc/modprobe.d/blacklist |
O módulo nouveau, para os que não sabem, é um módulo Open Source para prover acesso aos recursos de placas nvidia. Esse módulo, ainda em desenvolvimento, permite acesso às funções de mapeamento de tela, calculo de vídeo e com o suporte à gallium oferece recursos de renderização e até pra 3d. A premissa desse driver é que o driver da nvidia não se integra perfeitamente com o sistema, deixando a desejar em termos desempenho e recursos, por exemplo o driver da nvidia faz 50hz de atualização de tela quando em altas resoluções, e todo mundo sabe que quanto mais hz melhor pra vista. O nouveau ainda apresenta alguns problemas, mas como todo programa open source ele tem um desenvolvimento rápido e sua melhora é perceptível a cada versão.
Assim o uso de módulos é extremamente importante pois permite que tenhamos kernels menores, só carreguemos suportes quando realmente precisarmos dele e que possamos ter o controle sobre esses suportes a qualquer momento.
Espero que tenha ajudado a entende um pouco o porquê de quem usa Linux falar de módulos o tempo inteiro e ver que não é nada difícil. Continuem divulgando nosso Portal e de nossos amigos Colaboradores.